Dizem que, quando entramos em um mundo
desconhecido e lá encontramos algo que permanece vivo dentro de nós, é porque o
que vivemos ainda não acabou. Há ainda sentimento, há algo a ser desbravado. E nesses
encontros que a vida insiste em nos apresentar, ficam peças para se encaixar, momentos
a viver, reviver e encarar. Ficam histórias para contar, e esperamos
ansiosamente o momento de terminar o quebra-cabeça – para, então, recomeçar um
novo.
Vivemos em constantes mudanças: de humor, de
comportamento, de atitude, de rotina, de aparência, de emoção. Há aquelas em
que mudamos de casa ou de cidade. A de casa, basta chamar uma empresa
especializada. A de cidade, comprarmos uma passagem e seguimos em frente. E quando
decidimos mudar os móveis de lugar? Ah, essa é a mais fácil! Basta arrastá-los
e, de repente tudo muda. O ar fica leve, o ambiente mais aconchegante. Percebemos
que um simples gesto pode transformar o que parecia igual.
Existem também as mudanças climáticas e
ambientais – essas, difíceis de encarar, pois não temos domínio sobre elas. E
quanto as mudanças culturais e sociais? As de costume, de valores, de
mentalidade, de paradigmas? Essas, depende de nós. A vida, generosa, vive
estendendo um tapete vermelho para que caminhemos sobre ele e entremos nesse
grande evento simbólico que é a mudança – um ato de prestígio e celebração.
Mesmo com medo, acabamos encarando o tapete. Mudanças são assim: inesperadas, desafiadoras,
às vezes doloridas, mas essenciais para que as boas novas entrem em nossa vida.
Para isso, é preciso caminhar confiantes o tapete vermelho, de cabeça erguida,
com coragem para enfrentar o novo sem medo.
As mudanças existem para isto – para nos
ensinar a seguir em frente, sem saber o que vamos encontrar. O segredo é não temer.
É viver plenamente tudo o que nos foi destinado – seja na vida profissional,
seja no amor – com a atitude de quem entende que mudar também é uma forma de
florescer.
Rita Padoin
Escritora